EFEMÉRIDES DO CALANGO

Já viu esse aqui?

05 julho, 2015

Como nasceu o biquíni?

Mulheres europeias começaram a vestir trajes de banho de duas peças, que consistia em um top e shorts nos anos 1930, mas apenas uma parte da barriga era revelada e o umbigo era vigilantemente coberto. Nos Estados Unidos, mesmo esse modesto traje fez sua primeira aparição apenas durante a II Guerra Mundial, quando o racionamento de tecido fez com que partes de roupa supérfluas fossem dispensadas.
Rita Hayworth, num modelo década de 1930
Em 1946, os europeus saudaram o primeiro verão sem guerra em anos e estilistas franceses surgiram com peças de roupa que combinavam com o clima de libertação das pessoas. Dois deles, Jacques Heim e Louis Reard, desenvolveram protótipos concorrentes do tradicional traje de duas peças. Heim chamou o dele de “átomo” e o promoveu como “o menor traje de banho do mundo”. Já Reard, que trabalhava na loja de lingerie de sua mãe teve uma ideia que se tornaria um escândalo e impactaria a sociedade de sua época. Sua proposta era basicamente um sutiã e dois triângulos invertidos de tecido amarrados por um cordão, significativamente menor que o traje de Heim. Reard promoveu sua peça como sendo “menor que o menor traje de banho do mundo”. Nesta época, os Estados Unidos usavam como base de testes nucleares o Atol de Bikini, no Pacífico. A partir da reação que esperava do público, escolheu este nome (biquíni) por ser um “fato explosivo como uma bomba”.

Contudo, ao planejar a estreia do seu novo traje de banho, Reard teve dificuldades em achar uma modelo profissional que ousasse usar a peça escandalosamente mínima. Então, ele chamou Micheline Bernardini, uma dançarina exótica do Cassino de Paris, que não tinha pudores em aparecer seminua em público. Em alusão às manchetes que ele sabia que iria conquistar, Reard estampou as peças com notícias de jornal. O biquíni foi um sucesso imediato, especialmente entre os homens, e Bernardini recebeu cerca de 50 mil cartas de fãs. Esta apresentação aconteceu em 5 de julho de 1946.
Micheline Bernardini, a francesa desinibida
Logo em seguida, jovens corajosas usando biquíni causavam sensação na costa mediterrânea. A Espanha e a Itália proibiram a peça em praias públicas, mas depois se rendaram às mudanças quando o biquíni se popularizou nos anos 1950. O negócio de Reard decolou e ele manteve a mística do biquíni viva ao declarar que um traje de duas peças não era um biquíni genuíno, “a menos que pudesse passar por dentro de uma aliança”.

Nos pudicos Estados Unidos, houve uma resistência bem-sucedida ao biquíni até o começo dos anos 1960, quando uma nova ênfase à liberação juvenil inundou as praias americanas com a peça. A criação foi imortalizada com a música “Itsy Bitsy Teenie Weenie Yellow Polka-Dot Bikini” (“Biquíni de Bolinha Amarelinho”, na versão brasileira), com filmes de praia e com a cultura do surfe, celebrada por grupos de rock como os Beach Boys. Desde então, a popularidade do biquíni nunca parou de crescer.


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