Vi a explicação que transcrevo abaixo (Ctrl+C, Ctrl+V, na verdade) na Revista do Correio do último domingo, numa de suas melhores seções: O berço da palavra, de Márcio Cotrim. Vejam que origens interessantes para esses títulos e sua hierarquia:
DUQUE – É o mais elevado título de nobreza nas principais monarquias ocidentais, abaixo apenas de príncipe – normalmente o filho da família reinante – e tem origem no Império Romano, cujos comandantes militares recebiam o nome de dux, palavra latina que significa aquele que conduz, o que vai à frente, o pastor. O primeiro duque de que se tem notícia foi o de Castellanos, no século 12. Entre os povos antigos, o duque era merecedor de honrarias como se fosse parente do rei. Na Rússia havia o título de grão-duque, entre o duque e o czar, e na Áustria a mesma distinção foi instituída com o título de arquiduque. O assassinato de um deles, Francisco Ferdinando, numa rua de Sarajevo em 28 de junho 1914, fez eclodir a Primeira Guerra Mundial.
MARQUÊS – Na hierarquia da nobreza, é inferior somente ao duque. Seu nome vem do provençal, dialeto medieval falado no sul da França. Ali se chamava originalmente de marques o intendente de fronteira – também chamado de “governador de marca”. Marcas eram distritos localizados em zonas de proteção nas regiões fronteiriças ou não-pacificadas. Aí, o marquês tinha amplos poderes e respondia pela administração civil e pela defesa militar. Ou seja, era o senhor de terras fronteiriças.
CONDE – Na Roma Antiga, o vocábulo latino comes, comitis, aquele que acompanha – que deu origem à palavra “comitiva” – se referia à aqueles que viviam na órbita direta do imperador, seus assessores e oficiais palacianos. Compunham o conselho particular do monarca e o acompanhavam em viagens e negócios, quando exerciam função adjunta e poderes delegados pelo soberano. O valete, conhecido nas cartas do baralho, é o mesmo que conde. Na irreverente linguagem tupiniquim, seria o nosso conhecido aspone –, só que festejado como nobre, já pensou?
VISCONDE – O mesmo que vice-conde, do latim vice comitis, ou seja, o substituto do conde, designado para desempenhar suas funções quando ele estivesse impedido ou ausente – na realidade, o funcionário que substituía o conde na administração do condado. A partir do século 10, o título passou a ser outorgado também aos filhos dos condes.
BARÃO – Título imediatamente inferior ao de visconde, o berço dessa palavra se encontra no germânico baro, que, originalmente significava homem livre, embora os oficiais assim chamados fossem dependentes diretos do rei. O título era concedido a pessoas de destaque na comunidade pelo seu bem-sucedido desempenho profissional. No Império Romano, era um cargo administrativo cujo ocupante se incumbia da fiscalização dos prefeitos que atuavam nas redondezas da capital romana. O título foi criado pelo imperador Adriano para premiar soldados e administradores que se destacavam em suas atribuições, mas que não tinham direito a assento na alta nobreza de Roma. No Brasil, ficaram famosos os barões do café, elite rural que comandou a vida de São Paulo – e do próprio país – por décadas. O barão era popularmente conhecido no Brasil ao identificar a cédula de mil cruzeiros, que exibia a efígie do barão do Rio Branco, patrono da diplomacia nacional.