Por que a galinha cruzou o oceano Pacífico? Para chegar ao outro lado, na América do Sul. Como? Em canoas polinésias, que aparentemente chegaram pelo menos cem anos antes dos europeus.
Essa é a conclusão de uma equipe internacional de pesquisadores, que relatou nesta segunda-feira (4) ter encontrado "a primeira evidência inequívoca de uma introdução pré-européia de galinhas na América do Sul", ou, presumivelmente, em qualquer parte do Novo Mundo.
Os pesquisadores dizem que os ossos enterrados na costa sul-americana eram galináceos que viveram entre 1304 e 1424. Cerâmica encontrada no local tinha padrão de época similar ou anterior. Uma análise de DNA ligou os ossos, que foram escavados em El Arenal, na península de Arauco, no Chile, a galinhas das ilhas polinésias.
As descobertas foram publicadas na revista "PNAS". A líder do estudo é Alice A. Storey, antropóloga da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia, e outros membros da equipe são da Austrália, do Canadá, dos Estados Unidos e da Samoa Americana.
O grupo de pesquisa e outros antropólogos dizem que os ossos apóiam a idéia de que os polinésios, com suas canoas de longo alcance, haviam não apenas povoado o Pacífico até o Havaí e a ilha de Páscoa, mas também tinham atingido as Américas.
A presença da batata-doce na América do Sul em regiões pré-européias na Polinésia indicava algum contato pré-histórico entre a América e as ilhas. Mas o grupo de Storey disse que nenhuma "evidência arqueológica firme para contato polinésio com as Américas havia sido relatada até agora".
Por mais de 30 anos, especialistas têm debatido quando e como as galinhas chegaram à América: se em épocas pré-colombianas, possivelmente trazidas por visitantes polinésios, ou quando colonizadores portugueses e espanhóis chegaram à América do Sul, depois de 1500. A maioria dos especialistas favorecia a segunda hipótese.
Outros pensavam que isso era improvável, apontando que, quando os espanhóis invadiram o Peru, em 1532, eles viram galinhas sendo usadas em cerimônias tradicionais. Parecia difícil de acreditar, apontavam alguns especilistas, que galinhas teriam se dispersado tão rapidamente da costa leste para a oeste e já estivessem incorporadas a eventos religiosos.
Pela análise do DNA, Storey e colegas concluíram que os ossos de El Arenal tinham uma relação genética próxima com galinhas de sítios pré-históricos de várias ilhas, Tonga e Samoa Americana em particular. Outras análises de amostras de ossos pré-históricos das ilhas devem discernir a origem específica e a época das galinhas chilenas.
Os acadêmicos ficaram desapontados e intrigados com o fato de que os polinésios que desceram em El Arenal não deixarem nada além de ossos de galinha. A cerâmica no sítio porta o estilo local. Talvez os visitantes tenham comido e saído correndo, mas não sem deixar para trás algumas galinhas pioneiras para pratos futuros de "arroz con pollo" (prato típico latino-americano).
Via Tecnocientista
Nada a vê, pô!
ResponderExcluirdeve ser mentira...