Os zumbis são personagens comuns no folclore haitiano. Pesquisadores que estudam a cultura haitiana relacionaram inúmeras histórias de corpos que voltaram à vida graças aos sacerdotes ou feiticeiros de vodu (religião haitiana, com raízes nas tradições africanas. Também chamada de voodoo, voudou, vodun ou voudoun, tem pouca semelhança com a maneira como ela é vulgarmente retratada pelos filmes). Os zumbis são escravos descerebrados. Eles não têm autoconsciência e não chegam a representar perigo, a não ser que comam sal, o que restaura seus sentidos. Essas histórias são muito difundidas e parecidas com as lendas urbanas: elas mexem com os medos mais profundos dos ouvintes e parecem reais, apesar de improváveis.
Em 1980, um homem apareceu numa vila rural do Haiti dizendo ser Clairvius Narcisse, que havia morrido no Hospital Albert Schweitzer, de Deschapelles, Haiti, em 2 de maio de 1962. Ele se dizia consciente mas paralisado durante sua suposta morte: ele até teria visto o médico cobrir seu rosto com um lençol. Narcisse disse ter sido ressuscitado e transformado em zumbi por um sacerdote.
Uma vez que o hospital documentou sua doença e morte, os cientistas o viram como uma possível prova dos zumbis haitianos. Narcisse respondeu perguntas sobre sua família e infância que nem um amigo íntimo saberia responder. No final das contas, sua família e muitos observadores externos concordaram que ele era um zumbi que havia ressuscitado.
Narcisse foi o incentivo para o Projeto Zumbi: um estudo sobre as origens dos zumbis feito no Haiti entre 1982 e 1984. Durante essa época, o etnobotânico e antropólogo Wade Davis viajou pelo Haiti na esperança de descobrir o que dá origem aos zumbis haitianos.
Davis viajou para o Haiti a pedido do Dr. Nathan S. Kline, que criou a teoria de que uma droga tinha sido a responsável pelas experiências de Narcisse como zumbi. Uma vez que tal droga poderia ser usada medicinalmente, particularmente no campo da anestesiologia, Kline esperava reunir amostras, analisá-las e determinar como elas funcionavam.
Davis observou que os haitianos que acreditavam em zumbis também acreditavam que eles eram criados pela feitiçaria de um sacerdote (e não por um veneno ou uma droga). Segundo a sabedoria local, o sacerdote pega o ti bon ange da vítima, ou seja, a sua alma, para criar o zumbi, mas durante sua pesquisa Davis descobriu que o sacerdote usava pós elaborados, feitos de plantas secas e animais em seus rituais.
Davis reuniu oito amostras desse pó de zumbi em quatro regiões do Haiti. Seus ingredientes não eram idênticos, mas sete das oito amostras tinham quatro ingredientes em comum:
- uma ou mais espécies de baiacu, que normalmente contém uma neurotoxina mortal chamada tetrodotoxina;
- uma espécie de sapo boi (Bufo marinus) haitiano, que produz inúmeras substâncias tóxicas;
- um sapo de hyla (Osteopilus dominicensis), que produz uma substância irritante, porém não mortal;
- restos humanos.Além disso, os pós tinham outros ingredientes de plantas e animais, como lagartixas e aranhas, que poderiam irritar a pele. Alguns deles tinham até vidro triturado.
O uso do peixe-bola intrigou Davis. A tetrodotoxina provoca paralisia e morte, e as vítimas de envenenamento por tetrodotoxina normalmente ficam conscientes até poucos instantes antes de morrer. A paralisia os impede de reagir a estímulos, bem parecido com o que Clairvius Narcisse descreveu sobre sua própria morte. Os médicos também documentaram casos nos quais as pessoas ingeriram tetrodotoxina e aparentavam estar mortas, mas se recuperaram completamente.
De acordo com a teoria de Davis, o pó, aplicado topicamente, irritava e rachava a pele da vítima. A tetrodotoxina poderia então passar para a corrente sangüínea, paralisando a vítima e causando sua morte aparente. A família enterraria a vítima e o sacerdote retiraria o corpo do túmulo. Se tudo corresse bem, acabaria o efeito do veneno e a vítima acreditaria ser um zumbi.
Muitas pessoas vêem o trabalho de Davis como a única explicação possível para o fenômeno dos zumbis haitianos, ao passo que outras o consideram como algo não científico ou até mesmo fraudulento.
O fato é que parece bastante plausível a existência desses supostos "zumbis", o que pode ser a raiz de todo o folclore derivado.
Texto (com adaptações) de How stuff Works? - Brasil
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HUahauhau
ResponderExcluirPô cara... nem sei te falar, mas assim... Acredito em muitas teorias, mas o que eu nunca vi, eu não acredito. rsrsrs
Mas fazer o que né, essa é minha opinião... rsrrs
Estou te seguindo no Twitter blza?
Abraços! ^^
www.mygoodlife.blog.br
O que achei interessante foi a origem da lenda, Fabrielw. Afinal histórias de terror, em geral, são muito legais de ler ou assistir.
ResponderExcluirE obrigado por assinar o twitter da Toca!
achei as pesquisas muito interessantes e acredito nisso.Os mas não só essa teoria prova ezistencia dos zumbis mas a de que as celulas tronco podem ser reanimadas depois da pessoa estar morta,mas se os medicos conseguirem reanimar apenas as celulas tronco o resto de nosso corpo não ira ter lembranças ou emoções,A pessoa não vai perder os sentidos e a seu unico objetivo será se alimentar,pois as outras coisas ela não vai mais se lembrar.
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