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20 janeiro, 2008

[quadrinhos] 5 mitos sobre histórias em quadrinhos

Apresento a vocês um post integralmente copiado do Fosco (parceiro antigo), em que ele apresenta suas impressões sobre cinco mitos que rondam as histórias em quadrinhos. Eu não acrescentaria uma vírgula ao post. Parabéns, Fosco!

É impressionante como filmes como Homem-Aranha e Batman conseguem levar multidões, mas a maioria das pessoas que assistem - e adoram - esses filmes torcem o nariz para a mídia que os apresentou ao mundo.

Infelizmente as revistas em quadrinhos ainda vivem num mundo cheio de preconceitos, os quais eu vou tentar desmistificar alguns aqui.

1. Quadrinhos é coisa de criança

Nada mais longe da verdade. Assim como qualquer mídia, os quadrinhos são direcionados aos mais diversos públicos.
Claro que existem muitos quadrinhos voltados para o público infantil e é na infância que a maioria das pessoas fazem seu primeiro contato com o mundo dos quadrinhos.
Mas é o mesmo que achar que cinema é coisas pra criança graças aos filmes da Disney ou que livros são para crianças por causa do Harry Potter.

No Japão onde a indústria de quadrinhos, ou mangas, é a maior do mundo, existe uma demanda enorme para quadrinhos para todos os mais diversos públicos, sejam jovens universitárias, adultos, donas de casa etc.

No mundo ocidental a indústria de quadrinhos é dominada pelos super-heróis. Ainda assim, cada vez mais essas revistas são dedicadas a um público mais maduro e mantendo linhas específicas e bem menores voltada ao público infanto-juvenil.

O mercado atual oferece uma enorme gama de material específico adulto, seja nas linhas alternativas Vertigo, da DC, Max da Marvel, ou em editoras menores, como a Dark Horse e Image.

Aos novatos, aconselho procurar pelas séries Sin City (policial), Os Mortos-Vivos (terror) ou Fábulas (fantasia) e ter certeza que quadrinhos definitivamente não é coisa de criança.

2. Quadrinhos é coisa de nerd

Taí uma meia verdade. Quadrinhos pode até ser coisa de nerd, dependendo o que você considera um.
Se você têm a imagem do estereótipo nerd aquele cara que vive isolado no quarto, hackeando o computador dos outros, cheio de espinhas na cara, zero em habilidades sociais, óculos fundo de garrafa e que não come ninguém, aí você errou feio.

O "nerd moderno" ficou bastante na moda depois do Seth Coen do finado seriado The OC. É aquele cara inteligente, fã de quadrinhos, filmes e literatura, mas que também adora uma festa e que geralmente arruma uma namorada gata no fim da história.



Encaixa-se nesta modalidade algumas das pessoas mais prestigiadas da indústria do entretenimento.

E o mais importante: o pessoal que você adora, que assiste os filmes e seriados de um modo ou de outro também estão envolvidos com a indústria de quadrinhos!

Lembra da cena de fuga da prisão de Assassinos por Natureza? Quentin Tarantino - que escreveu o roteiro do filme - declarou que COPIOU a cena de uma edição do Demolidor.

Damon Lindellof, mente por trás de Lost, é fã de quadrinhos e no momento escreve uma mini-série do Hulk com o Wolverine.

Joss Whedon, criador de Buffy e Angel, atualmente é roteirista dos X-Men.

E os filmes de sucesso V de Vingança, Sin City e 300? Todos cópias exatas de suas versões em quadrinhos homônimas.

Ou seja, se as pessoas gostam desses seriados, diretores, escritores e filmes e não se consideram "nerds", porque não dar uma chance às HQs que são feitas por essas mesmas pessoas?

3. Quadrinhos são difíceis de acompanhar

Isso era a mais pura verdade até a invenção de uma coisinha mágica que chamamos de Internet.

Hoje é muito fácil entrar no Wikipedia e ler um resumo sobre o que aconteceu de importante numa determinada HQ até o momento atual ou quem é aquele personagem que você nunca viu antes mais o Superman trata como melhor amigo.

Assim fica bem fácil de começar a acompanhar a qualquer hora uma determinada HQ, mesmo que ela tenha 40 anos de continuidade. Também é de praxe as histórias conterem memoriais e flashbacks de histórias passadas e fatos importantes.

Ter que comprar uma mesma revista mês após mês para ler uma história completa é parte da graça, como uma novela ou um seriado. Ainda assim, hoje é comum encontrar encadernados de histórias completas nas livrarias, para aqueles que gostam de ler tudo de uma vez.

4. As histórias em quadrinhos são rasas como uma novela da Globo.

Errado, errado, muito errado.

Assim como qualquer mídia, existem as histórias que são apenas uma diversão escapista e passageira e existem histórias de enorme complexidade e grande valor literal.

A graphic novel Maus de Art Spiegelman ganhou nada mais nada menos do que o Pulitzer, um dos maiores prêmios do jornalismo mundial.



A série Sandman ganhou um dos maiores prêmios de literatura da fantasia, o World Fantasy Award, de 1991, na categoria história curta. Injustamente os organizadores mudaram as regras da competição para que quadrinhos não pudessem mais concorrer ao prêmio.
Sandman já arrematou também um Hugo Award.

Além disso, a mini-série Watchmen do Alan Moore conseguiu um lugar entre as 100 maiores novelas do século passado segundo o New York Times.

Todos esses prêmios provam que quadrinhos podem ser sim literatura de qualidade.

5. Desenhistas de quadrinhos não são artistas de verdade.

Muito pelo contrário. Os artistas que produzem quadrinhos estão entre os mais talentosos entre os artistas contemporâneos.

Mesmo em seus primórdios, quando as técnicas de narrativas ainda eram consideravelmente toscas, os artistas fizeram grande avanço na arte de contar uma história com desenhos.

Hoje existem verdadeiros deuses da arte, com Alex Ross, Bill Sienkiewicz, Frank Miller, Dave McKean que se dedicam à indústria de quadrinhos além de uma infinidade dos desenhistas mais talentosos que se pode encontrar, com os mais variados estilos e técnicas, mas todos artistas de primeira linha.

Conclusão:

Os quadrinhos estão entre as mais completas das artes e é uma mídia que merece mais respeito, mais atenção e mais reconhecimento. Muita coisa boa que se vê em outras mídias e que todo mundo é fã nasceu nos quadrinhos.

Não custa nada dar uma chance a eles. Só o risco de se apaixonar.

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