EFEMÉRIDES DO CALANGO

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28 dezembro, 2016

[OPINIÂO] Ruínas, de Warren Ellis & Terese e Cliffe Nielsen e Chris Moeller (1995)


Os universos heroínicos dos quadrinhos são ambientes positivistas por excelência. Mesmo com a existência de planos malignos, vilões e eventuais mortes, o foco está na superação destes obstáculos pelos heróis. Por mais sedutores que possam nos parecer certos vilões, nosso objetivo como leitores é vermos os heróis vencerem. Queremos a prova de que o bem é melhor e vence sempre.

Mas parece também recorrente à Marvel Comics, a Casa das Ideias, testar os limites dos leitores em visões pessimistas de seu próprio universo. Já vimos o Universo Marvel acabar em um apocalipse zumbi...

ser eliminado por Thanos...

ter uma versão sua sucumbir pelas mãos de um de seus maiores ícones espaciais quando, em um de seus universos, Mar-Vell resolve 'matar' a Morte para sobreviver ao câncer e torna esse universo inteiro canceroso a ponto de produzir metástases que entraram no universo 616...

Contudo, esses eram fins de universos. Em 1995, a Marvel deu liberdade a Warren Ellis para nos mostrar a antítese de Marvels (1995), de Kurt Buziek & Alex Ross. Ellis, o casal Nielsen e Chris Moeller nos mostraram um universo Marvel que fracassou logo de cara, com experiências científicas que deram errado, com mutantes que se perderam sem liderança, um time de Vingadores que sucumbiu à opinião pública, de forma violenta. 


E, ao longo de suas quase 70 páginas, uma versão do fotojornalista que nos retratou os fatos por trás de Marvels, tenta mostrar que se essas tragédias tivessem sido evitadas, teríamos maravilhas em prol do mundo, tornando-o mais brilhante. Quase como se fosse o único ser deste universo que enxergava como as coisas realmente deveriam ser.


Ou seja, Ruínas tenta complementar o que Marvels contou. Se Marvels mostra o quanto o mundo é melhor pela existência das 'maravilhas', Ruínas mostra o quanto ele é ruim se não as tivéssemos. Nesse sentido, Ruínas tem valor. Contudo, não se trata de uma leitura para não iniciados. na verdade, como disse um amigo, +Victor Hugo Carballo, não é algo para ser lido num estado emocional ruim.

Eu realmente fiquei confuso em me decidir por uma nota para Ruínas. Consigo entender a intenção, mas não consigo ver a utilidade disso. Para mim, é muito claro que sem heróis, esses universos quadrinísticos e, por conseguinte, nossa formação moral (dos leitores) seriam terrivelmente prejudicados.

A arte gráfica é muito boa, tanto na parte um (a cargo do casal Nielsen), quanto na parte dois (a cargo de Moeller). Nota 7,0 (não chegam perto de Alex Ross).
A narrativa, apesar de Warren Ellis, deprime e, por isso, vai contra o princípio básico de um universo heroínico dos quadrinhos. Nota: 5,0.
Média: 6,0.

Mas para que possam tirar suas próprias conclusões, segue a HQ para download. Clique no botão.


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