EFEMÉRIDES DO CALANGO

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26 janeiro, 2016

[OPINIÃO] Hulk - Gritos Silenciosos (Coleção Salvat)

Confesso que nunca fui um grande fã do Hulk. A fase que mais me chamou atenção foi a excelente Planeta Hulk, seguida por Hulk contra o Mundo, ambas escritas por Greg Pak. Recomendo veementemente!

Mas é claro que sempre li Hulk e uma das coisas que aprendi foi que Peter David é um dos melhores roteiristas do Golias Esmeralda. Entre as boas coisas escritas por ele estão Futuro Imperfeito, em que o Hulk se torna um ditador de um futuro distópico, o Maestro; e Hulk - O Fim, mostrando um possível fim à saga do Hulk.

Bom, voltando a este encadernado, ele marca o fim da temporada do Hulk em Las Vegas, cinza, inteligente e trabalhando como leão de chácara, o Sr. Tira-Teima. Todos imaginam que Banner/Hulk morreu e ele agora só se transforma à noite. O encadernado começa com uma história em duas partes que é nostalgia pura: Hulk e um extraordinariamente calmo e urbano Namor são atraídos para uma casa onde o Dr. Estranho está combatendo uma criatura mística de outra dimensão. Só faltou o Surfista para que víssemos Os Defensores em ação. Após resolver a questão, em que o Hulk vira peça primordial do plano da criatura de escapar de sua dimensão, um "universo estranho", para dominar a nossa, Banner resolve que chegou a hora de procurar sua esposa, Betty Ross. Sua relação com o Hulk cinza é quase cordial, com os dois dividindo o corpo e encontrando-se num plano mental (na verdade, uma espécie de esquizofrenia de Banner). A razão disso? Nenhum dos dois quer ver o Hulk verde solto novamente!!! Os diálogos entre Banner e o Hulk cinza, bem como eventuais interações com o verde são ótimos. A relação de Betty com o Hulk cinza também é divertidíssima, uma vez que ela odeia ele, mas é obrigada a conviver, como se fosse a esposa de um alcoólatra, onde Banner é o cara sóbrio e o Hulk cinza aquele cara safo que só aparece depois de umas doses de birita.

Depois, há uma história envolvendo Rick Jones e certos personagens recorrentes na cronologia da Marvel que põe mais lenha na fogueira quando traz alguém da fase Tira-Teima ao encontro de Betty Ross. Vou dizer: a confusão está formada, viu?

Ao final do volume, o Dr. Samson, aquele psiquiatra halterofilista e de cabelo verde, tenta resolver o dilema das três 'pessoas' que ocupam a mente de nosso protagonista. Não vou entrar em detalhes para não incorrer em spoilers, mas é interessantíssimo o uso que se faz de personagens do passado de Banner/Hulk, como o Mestre do Picadeiro (dono daquele circo em que o Hulk se apresentou na primeira aventura dos Vingadores) e os pais de Banner. Essa história nitidamente influenciou o Hulk de Ang Lee. Isso, por si só, já valeria a leitura. Mas o encadernado como um todo é muito bom de se ler. A única ressalva é que você percebe que tramas que finalizam ali e outras que iniciam, o que te deixa com aquela sensação de "Como assim? O que aconteceu? E agora?"

Por fim, Dale Keown é um dos melhores artistas que já passou pelas páginas do Golias Esmeralda. Seu traço lembra um pouco John Byrne, mas também Mike Zeck. Arte belíssima.
Nota: 9,0

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